Bandas
Outro modo de reduzir a ingestão alimentar é colocar um anel à volta do estômago na sua parte mais alta (fundo), dando a essa parte do estômago a forma de uma ampulheta.
O primeiro conceito de utilização de banda gástrica foi instituido por Lawrence H. Wilkinson em 1978 utilizando uma rede de Marlex. No entanto, o grande impulsionador da banda gástrica foi Molina utilizando uma malha de Dacron – Gore Tex. Em 1983 deu-se o grande avanço tecnológico neste tipo de banda gástrica com a utilização em Janeiro desse ano por Kuzmak uma banda de Dacron reforçada com silicone, suturando o estômago à sua volta evitando assim o deslizamento. Em 1986 o mesmo Kuzmak introduz o primeiro conceito de banda insuflável – “Lap-Band”, tendo-se realizado a primeira operação em Junho de 1986 nos Estados Unidos da América. Em Janeiro de 1987 Peter Forsel desenvolveu a banda Sueca – “SAGB”. Já no inicio deste século duas novas bandas foram desenvolvidas, em França por Benschtrit evoluiu a Heliogast e, na Áustria seria desenvolvida a banda AMI.
As bandas insufláveis têm acopladas um balão que se encontra ligado a um pequeno reservatório colocado por baixo da pele do abdómen normalmente sob as costelas esquerdas ou sob o apêndice xifóide. Esse dispositivo vai servir para encher ou esvaziar a banda provocando o efeito, respectivamente, de redução ou aumento do estoma, dificultando ou facilitando a passagem dos alimentos.
Trata-se de uma operação puramente restritiva, com a vantagem da quase inexistência de anemias quer por falta de ferro quer por falta de vitamina B12. A grande vantagem em relação às restantes cirurgias restritivas é manter o estômago intacto, a possibilidade de reconversão a qualquer altura, a variação do calibre do estoma consoante as necessidades do doente.
No entanto, a sua utilização em doentes comedores de doces e gorduras, e megaobesos deve ser bem ponderada dada a menor taxa de sucesso da banda nesse tipo de casos.
Outra das grandes vantagens desta técnica cirúrgica é a facilidade com que esta técnica é reproduzida por laparoscopia e, como tal, ser acessível a um grande número de Centros e cirurgiões.
As suas maiores complicações imediatas são: a lesão do baço, a perfuração esofágica e/ou gástrica, a infecção do “port” ou da própria banda.
As complicações tardias mais frequentes são o “Slippage” ou prolapso gástrico, a erosão gástrica (migração intragástrica), a rotura do “port” ou da própria banda, vómitos persistentes, refluxo gastro-esofágico e aumento de peso (abandono das consultas / mau comportamento alimentar).